16 de setembro de 2024

CUIDADO COM O CACHORRO

Wenceslau é um político muito tímido, não se sentia bem em pronunciar no púlpito na hora das assembleias na Câmara dos Vereadores, mas o que mais deixava ele travado mesmo na hora de que precisava falar era na hora do sexo, ele quase não gemia ou dizia algo excitante, isso era os comentários das prostitutas do prostíbulo mais famoso da cidade.

Wenceslau é amasiado com Wanésia, eles tem 4 filhos, Welligson, Walker, Wirna e Fábio, o casal não quis se casar, mas são felizes nessa relação, os filhos são agraciados por ter um pai político.

Wenceslau tem uma Rural Willys herdada de seu pai, ele é apegado a esse carro, tanto que batizou de Wanda, ele cuida como se fosse um animal de estimação, lava todo final de semana, troca óleo sozinho sem precisar levar para terceiros trocarem, a Wanésia diz que ele tem mais ciúmes da Wanda do que dela.

Wenceslau numa bela tarde de domingo estava andando com a sua Wanda pelas ruas do bairro quando avistou um muro pichado "Wirna sua cabrita", ele ficou puto, porém não sabia por quem procurar para tirar alguma satisfação da pichação, mas ao chegar em casa, a sua filha não estava, ele então sentou no sofá e ficou assistindo o jogo de futebol que estava passando até a chegada da sua pequena.

Wenceslau é um homem muito paciente, mas esta pichação lhe deixou com sangue nos olhos, que mataria o delinquente que estava difamando a linda e graciosa Wirna, mas quando ele saiu do sofá após o jogo, viu Wirna no portão se despedindo de um rapaz e então ele correu até lá para perguntar a ela quem era o mal educado que tinha pichado "Wirna sua cabrita", assustada ela respondeu que devia ter sido o Marcelinho.

Marcelinho era um ex-namorado de Wirna, mas para a infelicidade de Wenceslau não morava mais na cidade, porém o que intrigou mais o Wenceslau como que ele nunca tinha reparado na pichação antes, porém ele acalmou um pouco os ânimos.

Wenceslau no dia seguinte saiu para ir trabalhar e no portão de uma casa estava uma placa de 30 cm por 60 cm escrito a mão "CUIDADO COM O CACHORRO", a grafia era semelhante da pichação, isso fez que ele ficasse de orelhas em pé, mas não queria levantar suspeitas e nem incriminar sem provas.

No entanto, a placa deixou Wenceslau inquieto, ele estacionou Wanda a uma distância segura, olhando disfarçadamente para a casa enquanto tentava juntar os pontos. A letra era inconfundível, mas será que era só coincidência? Ele sabia que não poderia tomar decisões precipitadas. Como político, estava acostumado a ser cauteloso, a pesar as consequências antes de qualquer ação, mas quando se tratava de sua filha, essa racionalidade costumava escorrer pelos dedos.

Ele entrou na Câmara dos Vereadores naquela manhã ainda com a pichação fervendo em sua mente e a placa "CUIDADO COM O CACHORRO", seus colegas notaram seu semblante mais fechado, mas ninguém ousou perguntar. Sentou-se em sua cadeira, ajeitou os papéis e começou a rever o que falaria naquela sessão. Seus pensamentos, porém, continuavam a vagar para o que ele poderia descobrir sobre a pichação, Marcelinho, e agora, essa placa. 

Ao final da sessão, Wenceslau decidiu que precisava de mais informações. Ele não poderia fazer nada sem provas, mas também não podia ignorar o que viu, deixou o paletó no carro e, de maneira mais informal, caminhou de volta ao bairro, onde ficava a casa com a placa, parou na padaria mais próxima e pediu um café, esperando que alguém do bairro o reconhecesse, iniciasse uma conversa. Seu plano era simples: colher informações sem levantar suspeitas.

— E aí, Wenceslau? — disse o padeiro, um homem de meia idade com um bigode ralo, que o conhecia de vista. — Faz tempo que não passa por aqui, hein?

— Ah, tô sempre ocupado lá na Câmara, você sabe como é. Mas me diz uma coisa... aquela casa ali, com a placa do cachorro, de quem é? Nunca reparei antes.

O padeiro olhou pela janela, onde Wenceslau havia discretamente apontado com o queixo, e respondeu:

— Ah, aquela? É do seu Osmar. Vive com os netos agora, depois que a filha foi morar fora. O rapazinho, o neto mais novo, tá sempre aprontando umas por aí. Já fez umas brincadeiras de mau gosto na escola, até chamaram a polícia uma vez. 

Wenceslau ouviu atentamente, mantendo o semblante calmo, mas por dentro, seu sangue já começava a ferver de novo. Será que o tal neto poderia ser o pichador? Precisava ter certeza, não podia se arriscar com apenas suspeitas.

— Esse menino é complicado, hein? — murmurou, antes de mudar de assunto, conversando sobre trivialidades locais. Depois de se despedir e pagar o café, Wenceslau caminhou de volta para Wanda, mas agora sua mente estava fervilhando de possibilidades. Ele não tinha pressa, mas sabia que precisava fazer algo.

Naquela noite, em casa, ele estava mais quieto do que o habitual. Wanésia percebeu.

— O que foi, homem? Está com essa cara de quem quer brigar com o mundo.

Ele olhou para ela e, por um momento, pensou em contar o que estava descobrindo, mas decidiu guardar para si. Se estivesse certo, não queria colocar a família em perigo ou alimentar uma preocupação desnecessária.

12 de setembro de 2024

O ESPELHO DO PADRE BELTRAM


Todos os dias o Padre Beltram acorda cedo
Olha para o espelho refletindo-se senil
Os seus alvos cabelos estão raros
E o seu rosto marcado pelo tempo
Apanha a Bíblia e faz uma oração
Enquanto toma café com pão

O Padre Beltram prepara os discursos para a missa
Olha novamente para o seu reflexo no espelho
Ele tenta sorrir mesmo transparecendo cansado
Um sentimento incontrolável
Porém ele se fortalece na Santa Virgem Maria
Agradecendo por mais um dia

Então ele veste a sua batina de 33 botões
Os seus olhos então se voltam para o espelho
Que é a sua única e longeva companhia nestes 78 anos
Faz o sinal da cruz e sai de casa rumo a igreja
Pelo caminho cumprimenta cada habitante
O sino dobra avisando que a missa vai começar em instante

Arthur Claro


Essa poesia foi criada após eu (Arthur Claro) ver um espelho quebrado atrás de uma igreja, mas demorei mais tempo para escrever a poesia, tinha em mente a ideia do nome e um pouco do que queria retratar nos versos, a imagem que ilustra foi retirada do Google.

11 de setembro de 2024

10 de setembro de 2024

SUGESTÕES DE FILMES

Hoje decidi compartilhar com vocês algumas sugestões de filmes que eu assisti e achei bom, mas não garanto que todos podem achar eles bons, por isso vou deixar aqui a sinopse e o trailer para quem ficar curioso ir atrás para assistir,

O menino que descobriu o vento: Sempre esforçando-se para adquirir conhecimentos cada vez mais diversificados, um jovem de Malawi se cansa de assistir todos os colegas de seu vilarejo passando por dificuldades e começa a desenvolver uma inovadora turbina de vento.


Assista em: Netflix

Roma: Cidade do México, 1970. A rotina de uma família de classe média é controlada de maneira silenciosa por uma mulher (Yalitza Aparicio), que trabalha como babá e empregada doméstica. Durante um ano, diversos acontecimentos inesperados começam a afetar a vida de todos os moradores da casa, dando origem a uma série de mudanças, coletivas e pessoais.


Assista em: Netflix

2 Coelhos: Após se envolver em um grave acidente automobilístico, no qual uma mulher e seu filho são mortos, Edgar (Fernando Alves Pinto) é indiciado, mas consegue escapar da prisão graças à influência de um deputado estadual. Logo em seguida ele parte para uma temporada em Miami, onde retorna com um elaborado plano em que pretende atingir tanto o deputado que o ajudou, símbolo da corrupção política, quanto Maicon (Marat Descartes), um criminoso que consegue escapar da justiça graças ao suborno de políticos influentes.


Assista em: Max e Netflix

Agora quero algumas sugestões de filmes de vocês.

9 de setembro de 2024

CUIDADO COM O CACHORRO

Vera Lúcia, a esposa condescendente de Edvânio, ela criava os três filhos sem impor regras, mas os mesmos temiam terem seus couros das nádegas marcados pelo couro do cinto do pai, Vera Lúcia estava fritando os últimos bifes para o almoço, quando de súbito o gás acabou, ela se encontrava sozinha na casa, não tinha ninguém para socorrê-la. Sinto que você, leitor(a), não quer saber da Vera Lúcia, vou mudar de personagem.

Veridiana, a menina estava desenhando na calçada com um tijolo quebrado, ela sorria e contava uma história criada em sua fértil mente para si mesma, ela tinha 8 pra 9 anos, não tinha amigos, muito menos parentes, era solitária. Exatamente no horário do meio-dia, o Sol a pino, um carro desgovernado invade a calçada, onde momentos antes estava Veridiana, agora se encontrava uma outra pessoa, que por graças não foi tocada pelo veículo.

Calem-se, aí vem a Dona Vitorina Paz Ferreira, uma senhora de quase 98 anos, ela caminha curvada pela calçada, em mãos sacolas plásticas do supermercado, a bolsa de crochê escorada no ombro direito, será ela é a mais velha do bairro?

Vanessa, com certeza era a mais nova moradora, ela avistou no portão da casa defronte a sua a placa “CUIDADO COM O CACHORRO”, porém não fez nada além de ler o aviso, ela é casada porém ainda não tinha filhos, ela vivia na janela vendo o tempo passar até chegar o momento de fazer algum afazer doméstico.

Voltando para Vera Lúcia, a esposa condescendente de Edvânio, quando finalmente foi socorrida com a troca do gás, sorriu para o musculoso entregador, dizendo que o pagaria em breve, pois no momento estava desprevenida, ela foi pega de calças curtas, sinto que você, leitor(a), continua desinteressado(a) em saber desta personagem.

Veridiana, sorria e cantarolava frases desconexas porém com um ritmo interessante, ela era bem imaginativa, quem a via assim, sabia que era só a fase que estava passando e que quando crescesse seria tudo diferente.

Calem-se, aí vem a Dona Vitorina Paz Ferreira, uma senhora de quase 98 anos, ela caminha curvada pela calçada, em mãos sacolas plásticas do supermercado, a bolsa de crochê escorada no ombro direito, será ela é a mais velha do bairro?

Vanessa estava mais feliz do que outrora, pois alguns meses atrás ela tinha descoberto que tinha que se mudar de casa, mas agora estava com a vida nova com uma casa nova em um bairro novo, ela estava até feliz por ler a placa "CUIDADO COM O CACHORRO" que esta pregada no portão da casa defronte a dela.

6 de setembro de 2024

5 de setembro de 2024

VOO DA BORBOLETA

O amor é um precipício
Aonde os loucos não vivem no hospício
Porém enquanto um se joga sem asas
O outro se distraí com as borboletas

O amor é um hospício
Aonde os suicidas não se jogam no precipício
Porém enquanto um se distraí com as borboletas
O outro vive sem as asas

Arthur Claro


Essa poesia foi criada da sugestão no post "HOJE VOCÊS VÃO SUGERIR O TEMA DAS MINHAS PRÓXIMAS POESIAS" e então eu venho aqui apresentar o resultado da sugestão. Também quando criei quis mostrar que o amor nos fazem ter percepções das formas que ele se apresenta à nós, também que existe algumas distrações que nos fazem desviar dele.