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15 de setembro de 2016

O COTIDIANO DAS RUAS


Observo todas as noites uma meretriz se oferecendo quase nua
Cabelos negros e lisos combinando com os olhos verdes
Os lábios rubros são delicados feitos para acariciar velhos manguitos
Debruçada na janela do carro do cliente combina o preço
Acertado somem para o motel fazer a festinha particular
Em instantes esta de volta com a grana e preparada para o próximo

Nos seus quinze anos de idade já é uma profissional (do sexo)
Faz de tudo para que todos os seus clientes fiquem satisfeitos
Os seios medianos agradam qualquer cliente que esteja com ela
Com a grana fácil se embeleza com roupas e maquiagem caras
Velhos, padres, playboys e gringos com ela já se divertiram
Não tem uma noite que ela fica sem fazer seu programa

Vejo cartazes de um idiota com discurso boçal e mendaz
Com isso iludi a população com promessas repetidas
Mas quem já tem certa sapiência não cai nesse papo
Quando chegar o dia da eleição votará no candidato qualificado
Não quero ser o senhor da razão como muitos querem
Só tenho a pretensão de abrir os olhos dos cegos

Meu cotidiano é diferente do que você vive
Vejo diversas pessoas passando sem me notar
As nossas diferenças quase sempre se encontram
Você pode querer cobiçar a jovem meretriz que vejo
Eu também posso cobiçar o seu emprego
Tudo na vida se encaixa num contexto
Sem querer eu me despeço de todos os leitores

Arthur Claro

Essa poesia foi criada sobre a ótica de um mendigo que observa a rua e a rua não o observa. A imagem foi retirada do Google e pode ser a retratação desta poesia que poucas pessoas presenciam.