Vejo pessoas fumando cannabis
Vejo pessoas passeando com os animais
Vejo pessoas segurando guarda-chuvas
Quem eram estas pessoas?
Quem são estas pessoas?
Quem serão estas pessoas?
Vejo pessoas lendo jornais
Vejo pessoas escrevendo pronomes
Vejo pessoas bebendo Coca-Cola
Quantas pessoas passaram por mim?
Quantas pessoas passam por mim?
Quantas pessoas passarão por mim?
Vejo pessoas sorrindo alegremente
Vejo pessoas tossindo por causa de doenças
Vejo pessoas partindo para não voltar
Quem serão estas pessoas que me veem?
Quantas pessoas passarão e me verão?
Mas desde quando sou invisível?
Vejo pessoas compondo músicas
Vejo pessoas expondo seus artesanatos
Vejo pessoas se indispondo por política
Quem são estas pessoas que me ouvem?
Quantas pessoas passam e me ouvem?
Mas desde quando sou mudo?
Vejo pessoas de diversas partes do mundo
Vejo pessoas apressadas para não perder um segundo
Vejo pessoas de olhos tristes com olhar profundo
Quem eram estas pessoas na rua?
Quantas pessoas passaram na rua?
Mas desde quando sou de fazer fofocas?
Arthur Claro
Essa poesia é levemente inspirada na poesia "Poema das Sete Faces" de Carlos Drummond de Andrade, porém tem sentido mais numa linha que criei das poesias que criei para um alter ego que se denomina Mendigo Anarko, aonde já escrevi as poesias "O Mendigo e o Poeta", "Seis faces de eu mesmo", "Sim, sou um mendigo maltrapilho", "A canção do miserável", "Rubra Rosa", "Lágrimas da sua tristeza", "O cotidiano das ruas" e "Adote um abandonado". Eu tenho por mim que quando quero falar um pouco da realidade, uso o alter ego de Mendigo Anarko e então sou eu porém com outro ser com a mesma essência que eu, confuso? Se não entendeu, procure entender Fernando Pessoa.
Poesia linda, bela inspiração! Há tanto a ver, perceber e olhar e quantos tipos de pessoas vemos... abraços, chica
ResponderExcluirPoesia reflexiva e inteligente. Parabéns.
ResponderExcluirBom fim de semana!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia