Eu sou preta demais. Preta demais para tudo. Ainda vejo que a branquitude é tomada como referência do ideal, do aceitável.
Não importa o quanto eu me vista bem, o quanto minha roupa seja cara ou quanto dinheiro eu tenha na bolsa: eu sou preta e sempre serei. Eu sou o incômodo, a falta, a ausência. Eu sou a maior interferência no sistema.
Que audácia... que ousadia dessa pretinha! Como eu ouso estar aqui, nesse espaço?
É assim que percebo os olhares, mesmo quando são acompanhados de sorrisos que tentam disfarçar o desprezo. Desprezo pela minha imagem, pela minha pele, pelo meu cabelo. Tudo em mim é visto como “demais”: cabelo grande demais, alto demais, chamando atenção demais.
E, diante disso, como pensar a ancestralidade como algo positivo em uma sociedade que insiste em reduzir nossa herança à escravidão?
Minha ancestralidade me alimenta, me fortalece, me mantém de pé quando tudo ao redor insiste em me derrubar. Foi ela que manteve minhas irmãs vivas. É ela que me sustenta na luta por um futuro de verdadeira liberdade.
Um futuro em que a mulher preta é semente, e encontra terra nutrida com todos os afetos necessários para florescer e dar frutos.
A maternidade preta tem esse papel: educar os nossos para além do esperado, para que não se tornem estatística da violência, para que não sejam apenas sobreviventes com o mínimo.
Seremos vivência de afeto, amor, sucesso e grandeza.
É nossa estratégia manter o povo seguro e consciente das instruções deixadas pelos ancestrais, para não Este foi o texto inaugural da Dayene, gostaram? Deixem um comentário para ela e também se quiserem mais posts assim, podem deixar um sugestão de tema para quem sabe ela desenvolva ou também eu posso tentar me arriscar.
Uma boa terça-feira para todos e até um próximo post. a uma sociedade mesquinha que insiste em acreditar que nos conformamos com migalhas.
Às vezes, até nos damos importância demais. Mas isso não significa que sejamos pouca coisa. Significa compreender que cada momento tem seu ritmo, e que as coisas acontecem em seu tempo.
Colocar intenção e presença em nossos movimentos não nos blinda de sentir frustrações ou decepções — afinal, somos humanos. Mas conseguimos reconhecer, nomear e transformar essas emoções.
Eu acredito que posso ser melhor.
Este foi o segundo texto da Dayene, gostaram? Deixem um comentário para ela e também se quiserem mais posts assim, podem deixar um sugestão de tema para quem sabe ela desenvolva ou também eu posso tentar me arriscar. Uma boa quinta-feira para todos e até um próximo post.
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