2 de outubro de 2025

HÁ CONTROVÉRSIAS

Fim de tarde, chego ao Edifício São Maximiliano Kolbe, onde eu moro, sempre dou risada quando lembro desse nome, por dois motivos, um por sempre fazer trocadilho com a palavra Kolbe e outro por saber que este Santo é um dos Santos que é retratado usando óculos, poucas pessoas sabem disso e é difícil imaginar um Santo usando óculos.

No saguão, o porteiro está com o seu radinho ligado, ele me comprimenta aos berros, não sei o motivo, pois ele acha que eu não escuto bem, eu respondo com um singelo “boa noite” e vou direto para o elevador, ainda bem que está funcionando hoje, não estou com pique de subir 13 andares pela escada.

Eu me aproximo do elevador, pressiono o botão e espero pelo ding que indica a chegada da cabine, quando a porta se abre, sou impactado por um perfume em forma de onda quente e complexa de almíscar com notas florais, me atingindo as narinas, também escuto o som do seu caminhar em um ritmo decidido que ressoa pelo mármore do saguão, entro no elevador e então aquele rastro almiscarado fica mais sutil e menos concentrado.

Finalmente o elevador pára no décimo terceiro andar, um ding seco, um corte abrupto nos meus pensamentos, a porta se abre, sai pelo corredor silencioso, meus passos lentos e arrastados da canseira do dia, vou caminhando assim até a porta do meu apartamento, busco as chaves no bolso da calça e a chave entra na fechadura com muita facilidade, abro a porta, como que eu quisesse não abrir, ainda sentia a ausência que senti hoje de manhã ao acordar.

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