Sou um hipocondríaco confesso
A saudade que espero o regresso
Tomo remédios para doenças
ainda não manifestadas
Sinto dor real para uma
enfermidade fictícia
Estou num hospital decadente em
ruínas e sem ambulância
Espero a dosagem das novas
drogas
A enfermeira rabugenta me
medica na veia
Passo o tempo relembrando o
quadro “Santa Ceia”
A moléstia desaparece momentaneamente
Deito no leito me oferecem e eu
aceito
Aproveito a situação reclamando
de dor no peito
Meu coração bate violentamente
Vou tomar os analgésicos
misturados com os soníferos
Quero me drogar em Paz sem
enfermeiros
A represália veta a minha
liberdade
Estou ficando dopado porém
feliz
Alguém me receita um
descongestionante de nariz
Com os outros enfermos faço
amizades
Qual é a dosagem do novo
antidepressivo?
Vou tomar mesmo sem motivo
Fico esperando a minha hora
chegar
Sento na minha cama e começo a
escrever
A ficção misturada com vinho
quero sorver
Não tome remédios sem o médico
receitar
Arthur Claro
Essa poesia foi inspirada um pouco na loucura e um pouco na série House M.D, eu escrevi imaginando um hipocondríaco surtando pela falta de seus remédios, o hipocondríaco não sou eu, eu não sou de tomar remédios sem razão e mesmo com razão sou muito relutante. A imagem foi retirada do Google.
Adorei. Bem original.
ResponderExcluirO blog JJ está em hiatus, mas tem um texto novo. Não deixe de conferir! O JJ volta em definitivo no dia 01 de fevereiro.
Jovem Jornalista
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Muito interessante o seu blog. Gostei da sinceridade escrachada de algumas postagens dando um toque de realidade numa espécie de romantismo irônico. Abraço!
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