14 de novembro de 2024

CAFÉ E AS PALAVRAS NÃO DITAS

Invejo os seus lábios
Que tocam esta xícara de café
O aroma do café se espalha
Enquanto a minha mente cria mentiras
Ouça-me antes de ir embora
Perdoa-me por te deixar triste

Quero ouvir a sua voz no meu ouvido
Sinto muito por te magoar
Vamos tomar uma xícara de café?
Enquanto isso me deixa te ver
Quero te ver sorrindo novamente
Perdoa-me por não te fazer feliz

Os seus olhos verdes não brilham mais
Eu me sinto tão só
E tão culpado por tudo
Não sinto o cheiro de café
Sobre a mesa desta manhã
Um bilhete todo azul e sem corações

Era a sua despedida
Não tinha café sobre a mesa
Não havia lágrimas marcadas no papel
Somente a sua caligrafia
Com uma palavra bem grande escrita
TCHAU

Arthur Claro


Essa poesia foi criada para explorar os temas amor perdido, arrependimento e solidão, não tem nada haver com algo que aconteceu comigo, foi só uma criatividade que veio bem na hora que eu decidi escrever essa poesia.

13 de novembro de 2024

ALGUMAS MÚSICAS

Dizem que um pouco de música não faz mal a ninguém, se isso é verdade, vou compartilhar com vocês algumas músicas que podem ou não entrar na playlist de vocês, bastam vocês ouvirem e depois me dizerem o que acharam.

Bezegol - Maria


O Terno - Volta


Rebeca Matta - Rosa sônica


Day Limns - Tanto faz


MPB-4 - O que vale é a amizade


Videoclub - Roi

11 de novembro de 2024

8 de novembro de 2024

3 SÉRIES QUE JÁ ASSISTI TODAS AS TEMPORADAS

Hoje resolvi compartilhar com vocês três das séries que já assisti todas as temporadas, não vou dizer que todas foram boas, mas eu gostei de ter começado e terminado a série, sei que é difícil acompanhar séries por muitas temporadas, mas eu não estou aqui para obrigar a ninguém a ver estas séries, também não quero que assistam só por que eu falei delas, mas quem for assistir saiba que o meu gosto pessoal não é um dos melhores parâmetros para tomadas de decisão.

LA CASA DE PAPEL

1ª temporada: Partes 1 e 2 (2017): Após salvar uma assaltante de um roubo ao banco de ser presa, um homem conhecido como "O Professor" lhe propõe um assalto incomparável. Assim que reúne uma equipe de oito pessoas, o Professor instruí os assaltantes a roubarem a Casa da Moeda da Espanha, localizada na cidade de Madrid na Espanha. Os oito ladrões têm o nome código de distintas e aleatórias cidades ao redor do mundo: Tóquio, Moscou, Berlim, Nairóbi, Rio, Denver, Helsinque e Oslo. Vestido com macacões vermelhos com uma máscara do pintor espanhol Salvador Dalí, o grupo de ladrões força 67 reféns imprimirem €2.4 bilhões de euros, para depois fugirem em um túnel secreto. O Professor auxilia o grupo em local externo longe do alcance da polícia e da inspetora Raquel. Durante as partes 1 e 2, os ladrões têm dificuldades em seguir as regras predefinidas dentro da Casa da Moeda e enfrentam violência, isolamento, motim e uma crescente falta de sono.

2ª temporada: Partes 3 e 4 (2019-2020): Dois a três anos após o assalto na Casa da Moeda da Espanha, os ladrões curtem espalhados em diversos locais. No entanto, quando a polícia Europol captura Rio com um telefone interceptado, o Professor retoma os antigos planos de Berlim de invadir o Banco de Espanha para forçar a Europol a entregar Rio. Ele e Raquel (agora "Lisboa"), que se apaixonaram e são um casal, juntam a gangue incluindo Mónica (agora "Estocolmo") e recrutam três novos membros: Bogotá, Palermo, Marselha, Manila, Pamplona e Logronho. Os ladrões disfarçados esgueiram-se para o banco fortemente protegido, tomam reféns e, eventualmente, obtêm acesso aos segredos de ouro e de Estado, enquanto o Professor e Lisboa estão em uma van em movimento para se comunicar com os ladrões e a polícia. Uma brecha no banco é impedida, forçando a polícia, liderada pelo coronel Luis Tamayo e pela inspetora grávida Alicia Sierra, a liberar Rio para os ladrões.

3ª temporada: Parte 5 - Vol. 1 & Vol. 2 (2021): O Professor acaba sendo encontrado por Alicia Sierra, mas a gravidez e as acusações contra a policial fazem ela refletir em continuar com seu plano de entregar o líder do grupo de ladrões ou se juntar aos mesmos. Uma ameaça surge entre os reféns: uma rebelião instigada por Arturo Roman, ex-amante de Estocolmo antes do primeiro assalto na Casa da Moeda, coloca em risco a segurança de todos no prédio. Mesmo tentando lidar com a ameaça de Arturo dentro do banco, os ladrões também tem que lidar com cinco militares que invadem o local com a ajuda de Gandía, o responsável pela morte de Nairóbi que desestabilizou o grupo por completo. Nesse cenário complicado, uma batalha caótica com armamento pesado se inicia dentro do Banco de Espanha forçando os assaltantes lutarem ferozmente por suas vidas.


Chernobyl: Conta a história da explosão que aconteceu na Usina Nuclear que dá nome ao título. Em 1986, na Ucrânia, o acidente dizimou dezenas de pessoas e acabou por se tornar o maior desastre nuclear da história. Enquanto o mundo lamentava o ocorrido, o cientista Valery Legasov (Jared Harris), a física Ulana Khomyuk (Emily Watson) e o vice-presidente do Conselho de Ministros Boris Shcherbina (Stellan Skarsgård) tentam descobrir as causas do acidente. Depois do devastador acidente, todos que tiveram contato direto com a radiação da usina sofreram terríveis efeitos colaterais desenvolvendo quemaduras e feridas por todo o corpo. Entre eles, o bombeiro Vasily (Adam Nagaitis), um dos primeiros a chegar no local do acidente. Sua esposa grávida, Lyudmilla (Jessie Buckley), também é exposta a altos níveis de radiação quando finalmente encontra o marido no hospital, em isolamento. Valery e Ulana enfrentam pessoas extremamente poderosas na tentativa de expor a negligência e descuido por trás do acidente.


Atypical: Sam Gardner (Keir Gilchrist) é um jovem autista de 18 anos que está em busca de sua própria independência – começando por arrumar uma namorada. Nesta jornada repleta de desafios, mas que rende algumas boas risadas, ele e sua família aprendem a lidar com as dificuldades da vida e descobrem que o significado de "ser um pessoa normal" não é tão óbvio assim.


Quem tiver alguma série para me indicar, pode indicar que vou procurar para assistir, mas me digam também o streaming que tem, pois não tenho muitos acessos, caso eu não tenha o streaming da série recomendada, por favor me ajudem passando o login e a senha particularmente, que eu faço uma maratona e ai depois que eu finalizar aviso vocês e ai vocês mudam a senha.

7 de novembro de 2024

CALEIDOSCÓPIO DOS ABSURDOS

Em suas entranhas as cores dançam sem pudor
Formando figuras sem rumo como miragens
O real e o irreal se confundem em seu universo
Um labirinto de lógica e devaneios
É um jogo de ilusões sem regras
As formas se desdobram em um espetáculo
Criando paisagens indecifráveis no caos
Podemos esperar pelos limites inusitados
Neste festival em ode a insanidade
Uma sinfonia de ideias caóticas
O véu se desfaz te despindo a alma
Um desejo que não se realiza
Uma vida sem pressa da morte
A introspecção entre ser ou deixar de ser
É a fertilidade de um terreno baldio
Um murmúrio de pensamentos que gritam
O vácuo do universo no paradoxo
O precipício onde vemos só o princípio
O surrealismo das contradições
O cosmo do nonsense desarticulado
Sem pudor de miragens em seu universo
Devaneios sem regras em um espetáculo
No caos a insanidade pelos limites inusitados
Ideias caóticas despindo a alma não se realiza
Pressa da morte de ser baldio
O princípio de pensamentos que gritam no paradoxo
Das contradições do nonsense desarticulado
O cosmo do surrealismo onde vemos o precipício
O vácuo do universo em um murmúrio
É a fertilidade de introspecção
Uma vida sem um desejo se despindo o véu
Uma sinfonia neste festival em ode que podemos esperar

Arthur Claro


Essa poesia foi criada como uma viagem através de um mundo de pensamentos caóticos, onde o real e o imaginário se misturam, explorando ideias que possam parecer desconexas e contraditórias, as palavras de cada verso parece quando você usa um caleidoscópio que vai formando outras imagens, pois aqui na poesia forma outros sentidos. Eu (Arthur Claro) não usei nenhum tóxico enquanto criava esta poesia.

6 de novembro de 2024

PIADA DAS FREIRAS

Duas freiras, a Irmã Luísa que só usava a lógica e Irmã Rebeca que só usava razão, elas estão voltando para o convento.

Rebeca:  Você notou que um homem está nos seguindo há 38 minutos? Eu me pergunto o que ele poderia querer?

Luísa: Lógico: ele quer nos estuprar.

Rebeca: Minha Nossa Senhora! Nessa velocidade e distância, ele nos alcançará em no máximo 15 minutos! O que fazer?

Luísa:  A única coisa lógica: vamos correr mais rápido.

Rebeca: Não vai funcionar.

Luísa: Claro que não funcionar, o homem também vai correr e pode correr mais rápido.

Rebeca:  Então o que devemos fazer? Nessa velocidade, ele alcançará mais rápido.

Luísa:  A única coisa lógica, que devemos fazer é nos separar, você vai por aqui, eu vou pelo outro lado, assim ele não pode seguir nós duas.

O homem então seguiu a irmã Luísa, a Irmã Rebeca chegou ao convento e ficou preocupada com a Irmã 
Luísa, até que dois minutos depois chega a Irmã Rebeca, toda descabelada.

Rebeca:  Irmã Luísa! Graças a Deus você chegou, me diga o que aconteceu.

Luísa: A única coisa lógica, o homem não conseguiu nos seguir, então veio atrás de mim.

Rebeca: Sim, sim! Mas o que aconteceu então?

Luísa: A única coisa lógica, comecei a correr o mais rápido que pude.

Rebeca: E depois?

Luísa: Lógico, que ele também começou a correr o mais rápido que pôde.

Rebeca: Sim, e depois?

Luísa: Aconteceu o que tinha que acontece, o homem me alcançou.

Rebeca: - Coitada e o que você fez?

Luísa: A única coisa lógica, peguei e levantei a minha saia.

Rebeca: Ah, irmã? E o que o homem fez?

Luísa: A única coisa lógica, ele baixou as calças.

Rebeca: Ah, não! E o que aconteceu depois disso?

Luísa: Não é lógico, irmã? Uma freira pode correr mais rápido com a saia levantada do que um homem com as calças abaixadas!

Se você pensava o contrário, dez Pais Nossos são o seu castigo.

5 de novembro de 2024

4 de novembro de 2024

CURIOSIDADES

Uma segunda-feira começando e com ela quero trazer para vocês as curiosidades mais interessantes que eu achei interessante e por isso resolvi compartilhar com vocês.

No filme "A Fantástica Fábrica de Chocolates" de 2005 foram utilizados 40 esquilos reais e treinados na cena que eles aparecem quebrando as nozes;

O engenheiro alemão Carl Von Linde desenvolveu os princípios para a tecnologia moderna de refrigeração, em outras palavras, ele inventou a geladeira, sendo que ele fez isso em 1894 a pedido da cervejaria Guinness, que queria fabricar cervejas ao longo de todo ano, independentemente das condições climáticas;

Somente 10% de todos os humanos já nascidos, estão vivos neste momento;

Wilhelm Rontgen venceu o primeiro prêmio Nobel de física em 1895, por ter descoberto o raio-x;

O chamado de baixa freqüência feito pela baleia jubarte, é o som mais barulhento produzido por um ser vivo;

No Japão, é possível contratar um homem bonito para assistir filme sentimental e ter as suas lágrimas enxugadas por ele, a empresa "Ikemeso Danshi" (Handsome Weeping Boys) nasceu da ideia de que chorar pode ser terapêutico e mostrar sua vulnerabilidade pode fazer que se trabalhe melhor;

O corpo humano tem mais de 96.000 km de vasos sanguíneos;

São necessárias cerca de 2800 pizzas para formar uma torre da altura da Torre de Pisa;

Os Incas acreditavam que ser surdo era sinal de boa sorte;

O aperto de mão foi inventado como uma forma de comprovar que não se estava com armas;

1 de novembro de 2024

CUIDADO COM O CACHORRO

Na esquina da Rua da Saudade com a Avenida Cunha, ele sempre esteve lá, um vulto encurvado, quase imóvel, de olhos semicerrados, como quem observa de longe, sem pressa nem alarde, era chamado de "Zé da Esquina", ninguém sabia seu verdadeiro nome, passava despercebido, invisível na paisagem, ninguém notava, ninguém dava importância, a vida corrida da cidade seguia em frente, indiferente ao homem que se cobria com um cobertor ralo e dormia na calçada.

Dona Adelaide, esposa de um advogado proeminente e exemplo de moralidade na rua, passava apressada em seu tailleur azul-marinho, o cabelo perfeitamente preso e o olhar direto, Zé da Esquina a observou como quem não quer nada, murmurou algo:

— Sai cedo hoje, hein, dona Adelaide? O doutor sabe dessa "aula de pilates" que a senhora tem com o professor?

Ela parou, o coração acelerado, a expressão rígida. Como ele sabia? O marido, sempre tão ocupado no escritório, jamais saberia de seu caso discreto com o instrutor de pilates, virou-se, os olhos duros, mas ele já olhava para outro lado, como se falasse com o vento, na semana seguinte, foi a vez do seu Nelson, dono da padaria, Zé com a sua voz rouca, soltou um comentário casual enquanto o padeiro passava carregando sacos de farinha.

— Esses pães vão precisar de fermento novo, hein, seu Nelson? O senhor devia experimentar uma receita diferente, já que anda vendendo pão dormido como se fosse do dia, Seu Nelson parou, a boca entreaberta. Como ele sabia? Com os preços subindo e o pão sobrando, fazia semanas que andava misturando pão de um dia anterior com a fornada nova, os fregueses nunca tinham desconfiado, mas ali estava ele, o Zé da Esquina e ele não parou por aí. Numa tarde, chamou Ygor Ramos, que passava ligeiro na calçada oposta, todos o conheciam na vizinhança, Ygor era um homem discreto, contido, e dizem com um passado diferenciado, mas ninguém falava muito sobre isso, aliás poucos sabiam que anos atrás, Ygor era Yngrid Graziela Oliveira Ramos, até que finalmente mudara de nome, cidade e identidade, em busca de uma nova vida e de ser quem realmente era, Ygor apertou o passo quando ouviu a voz rouca:

— Tá se escondendo de si mesmo ainda, senhor Ygor? Ou só dos vizinhos? — murmurou velho mendigo, em um tom casual, quase amistoso.

Ygor congelou por um instante, baixou a cabeça, respirou fundo e seguiu adiante, fingindo que não tinha ouvido, mas sua mente já era um turbilhão, ele tentava viver de forma discreta, sem chamar atenção, sem expor seu passado, porém o mistério se espalhou, na rua, as conversas tornaram-se cheias de insinuações, vozes baixas e olhares de canto de olho, todos se perguntavam o mesmo: como aquele simples homem, que nada parecia enxergar, sabia tanto? Mariazinha, a doceira da esquina, foi uma das próximas, orgulhosa, sempre dizia que seus doces eram feitos com o amor de mãe e o bairro todo a adorava por isso, ao passar pelo sábio mendigo, ouviu a frase:

— E aquele açúcar refinado que a senhora anda colocando? Dizem que é melhor, mas cadê o “amor de mãe” nos docinhos de caixinha?

Ela estremeceu, a vergonha queimou-lhe o rosto, há meses vinha substituindo ingredientes naturais por opções mais baratas, mas fazia questão de anunciar “caseiro” em letras garrafais no cardápio, quem iria desconfiar? Mas ali estava ele, o invisível, o “Zé da Esquina”, a cutucar sua consciência. No meio da rua, uma casa grande, com janelas fechadas e misteriosas, trazia uma placa amarela e enferrujada com letras vermelhas: "CUIDADO COM O CACHORRO", dizia-se que ali morava uma senhora viúva, tão discreta, mas ninguém a via saindo, as crianças do bairro contavam histórias sobre aquela casa e o misterioso cachorro que ninguém jamais vira, mas que todos temiam, Zé da Esquina, por algum motivo, parecia observar essa casa com mais frequência, os olhos seguindo o movimento quase nulo que se passava do lado de dentro, de vez em quando, era visto trocando um olhar longo e fixo com a placa da entrada, como se soubesse o que se escondia por trás daquele anúncio, mas ele nunca dizia nada a respeito. 

O rumor se tornou assunto nas rodas de conversas no bairro, cada morador passava olhando para Zé com mais cautela, tentando fingir desinteresse, enquanto temia que, a qualquer momento, ele pudesse sussurrar alguma verdade inconveniente sobre suas vidas e Zé parecia sentir o temor e a angústia na rua, sorria de leve, um sorriso que os outros não viam, mas que ele saboreava a cada murmúrio, a cada suspiro contido ao seu redor. Foi então que decidiram agir, numa tarde abafada, os moradores se reuniram em frente ao edifício da Rua da Saudade, Dona Adelaide, seu Nelson, Mariazinha, até o padre João, que nunca admitiria, mas guardava a sensação de que Zé também sabia de algumas confissões comprometedoras e entre eles, o garboso Ygor Ramos, com os seus olhos baixos e inquietos, estavam todos lá, encorajando-se mutuamente, decidiram confrontar o mendigo e fazê-lo confessar de onde vinha todo aquele conhecimento, Zé os recebeu com o mesmo sorriso enigmático, Dona Adelaide, altiva, tomou a frente:

— Escuta aqui, seu… seu Zé! O senhor está causando intriga na nossa rua, queremos saber como sabe de coisas que não deveria saber! Zé deu de ombros e riu, uma risada que saiu mais como um gemido de cansaço.

— Eu só observo, dona, só vejo o que tá aí, na cara de vocês, vocês falam demais, escondem de menos, a cidade tá cheia de vidraça e espelho, quem souber ver encontra o que quiser.

A multidão silenciou, em cada rosto, uma expressão de vergonha. As confidências trocadas no café, os telefonemas apressados, as pequenas traições do cotidiano, tudo ali, visível, talvez ele não soubesse de nada em especial, talvez só prestasse mais atenção aos gestos, às palavras ditas ao vento, Zé levantou-se, encostou seu cobertor nos ombros e, como quem diz uma última verdade amarga, sussurrou para os que estavam mais perto:

— Vocês têm medo de mim porque eu sou o reflexo de tudo que escondem, se querem parar de temer o que eu sei, talvez seja hora de viver uma vida que não precise ser escondida, Ygor Ramos, observando tudo em silêncio, recuou para as sombras, ainda carregando o peso de seu próprio segredo, com um aceno breve, Zé sumiu pela esquina da rua, lançando um último olhar para a casa da placa "CUIDADO COM O CACHORRO", ninguém jamais saberia o que aquele homem realmente sabia sobre aquela casa — ou sobre o cachorro que nunca latia, ao menos, enquanto houvesse segredos guardados nas esquinas daquela rua, Zé da Esquina sempre estaria por perto, vendo o que ninguém mais ousava enxergar.