13 de dezembro de 2018

ATROPELARAM A TRAVESTI


Madrugada serena e silenciosa
Na esquina esta uma travesti
Ela veste uma blusinha preta e mini saia jeans
Poucos carros passam pela rua
Alguns param perguntando o preço
Mas hoje ela não consegue um cliente

Eu da minha janela tenho empatia por ela
Pois as horas passam e a temperatura cai
De repente um carro desgovernado
Sem tempo de reação atropelou a travesti
O motorista da ré no carro e foge rapidamente
Não consigo anotar a placa

Fico entre descer ou ligar para a polícia
Ligo e digo sobre o ocorrido
Dez minutos uma viatura surge
Então desço para ver ela pela última vez
Digo em voz baixa “Adeus minha companheira”
Volto para o meu quarto escrever estes versos

Arthur Claro

Essa poesia foi criada a partir da visão de uma sandália que eu vi na rua em um dia que eu estava indo trabalhar, não sei a quem pertencia a sandália, eu muito menos moro em um sobrado que dá para ver a rua da minha janela, mas sei que o objeto me fez querer escrever uma poesia sobre uma travesti. Aqui neste blog não tem espaço para intolerância de gêneros, quem vier comentar contra sobre transfobia, homofobia e outra manifestação sobre qualquer assunto que não seja a poesia ou a breve história de criação dela lamento informa, o comentário não será aceito. A imagem eu retirei do Google, pois infelizmente não fiz registro da sandália musa inspiradora.

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