2 de junho de 2016

RITUAL SAGRADO


Quando a lua cheia brilha no céu
Cachorros começam a latir recebendo a noite
Escrevo essa carta com o seu rubro sangue
Os cadáveres me cercam nessa noite fria de julho
Breves alucinações que mexem com a minha cabeça oca
Meus olhos brilham ao observar atentamente o luar

Aos poucos descubro que me isolando é um tédio
Nessa bela noite me flagrei pensando em você
Quanto mais penso menos te esqueço
As minhas mãos estão frias e sujas do seu sangue
Não paro de sentir a dor insuportável do arrependimento
O dia começa a raiar e eu continuo solitário

Amei seu rosto pueril e grácil até o seu último suspiro
Seus lábios pequenos eram tão rubros e belos
Teu corpo jovem foi enterrado com carinho
Um ritual sagrado feito para um amor eterno
Seu sangue continua sendo a tinta da minha carta
Vou terminar a carta e voltarei para minha casa

Ainda tenho que relatar os acontecidos detalhadamente
Será que eu devia ter feito isso para eternizar um amor?
Essa maldita dúvida vai me matar de remorso
Finalizo a carta repousando-a em cima do seu leito
No caminho de casa um carro em alta velocidade me mata
Concluindo o ritual do amor eterno aconteceu finalmente

Arthur Claro

Essa poesia foi criada inspirada nas poesias ultra-românticas de Lord Byron, Álvares de Azevedo, Augusto dos Anjos e outras referências, essa poesia não é real e nem inspirada em nada realista. A imagem é meramente ilustrativa e foi retirada do Google.

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